terça-feira, 21 de junho de 2011

Juventude em outro patamar de articulação estratégica



A Juventude do PT se prepara para ser protagonista neste ano especial para os jovens brasileiros, que já atravessa a discussão sobre a reforma política, a realização da 2ª Conferência Nacional de Juventude, o Congresso da UNE e UBES e dentro do partido, é tempo da reforma estatutária, oportunidade para consolidarmos a organização autônoma e o mais importante: momento de organizar um grande II Congresso da JPT, capaz de envolver os/as centenas de milhares de jovens filiados.

Temos o desafio de construir política e socialmente uma Juventude à altura do papel da nossa geração, que pelo inédito contingente de jovens na população brasileira, é decisiva para incrementar a transição do Brasil rumo ao que o ex-presidente Lula chamou de “primeiro time”.

A força conquistada pela economia brasileira nos últimos oito anos levou o Brasil a ser somado por economistas ao grupo dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), nações que puxam a economia mundial, numa crescente influência geopolítica regional e global. Foi dentro desta tendência que o Brasil foi o primeiro país tropical a ser escolhido para sediar de uma vez só - e em curto período - os dois mais importantes eventos esportivos do planeta: a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, que além de simbolizarem essa nova fase do país, são uma oportunidade ímpar para gerar milhões de empregos para a juventude de baixa renda e produzir uma revolução em como articular esporte, lazer, cultura e jovens numa política de desenvolvimento, como já fez a China e países como URSS, Cuba, e outros no passado.

Foi um pouco nesse sentido que a Juventude do PT recebeu, em maio, uma comitiva da Liga Comunista de Juventude, ligada ao Partido Comunista Chinês na sede do PT, em Brasília. A reunião, contou com a participação de Lu Hao, primeiro-secretário do comitê central da Liga e Ministro da Juventude da China, onde se tratou da história política brasileira e chinesa, das experiências comuns na organização e trabalho com jovens e se indicou futuros intercâmbios entre JPT e Liga.

Entre a proposta de um plano de trabalho entre as duas organizações no âmbito do protocolo assinado em 2009 por PT e PCCh, se destaca uma agenda de juventude no âmbito dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), nações que, como o Brasil, possuem um grande contingente de jovens em suas populações e tem investido neles como estratégia para o crescimento econômico e desenvolvimento social. Por isso, é fundamental construir uma articulação entre as juventudes dos partidos governistas, juventudes progressistas, movimentos juvenis e jovens com função relativa ao assunto nos governos desses países, cujo ponto crucial é constituir uma estratégia comum para desenhar e aprimorar as políticas públicas de juventude.

Outro ponto seria aprofundar a troca de experiências de organização partidária entre os jovens, para potencializar formas de atrair os jovens para a política e para as questões de Estado, assim como intercambiar formas de mobilização da juventude nos grandes eventos esportivos, no que a China tem muito a ensinar, como ex-sede dos Jogos Olímpicos.

Para isso, reafirmamos a intenção de manter uma permanente troca de delegações e, inclusive, já feito o convite pela Liga da Juventude Comunista, para que a Juventude do PT viagem à China até o final do ano, para dar seguimento a esse calendário e à proposta de plano de trabalho compartilhada.

A pedido de sua campanha, a JPT também elaborou nota em apoio ao candidato à presidente do Peru, Ollanta Humala, dialogando com a juventude peruana.

O Peru, assim como o Brasil, é um país jovem, tendo 28,1% de sua população entre 15 e 29 anos, quase o mesmo percentual brasileiro. Acompanhamos de perto o desenvolvimento das nações irmãs latino-americanas, porque nosso projeto é de um crescimento sustentado e com justiça social baseado na solidariedade e integração do nosso continente tão explorado ao longo de sua história para enriquecer outras nações com postura imperial.

Em sua nota, a Juventude do PT ofereceu o exemplo brasileiro, do presidente Lula e da presidenta Dilma, que democratizaram o acesso ao ensino superior, abrindo vagas principalmente para os mais pobres, criaram centenas de novas escolas técnicas, incluíram os jovens como beneficiários do Bolsa-Família, investiram na qualificação profissional e combate à distorção idade/série entre a juventude mais vulnerável com o Projovem e fizeram com que 80% dos 15 milhões de empregos gerados em 8 anos seis meses fossem ocupados pelos brasileiros entre 15 e 29 anos. Tudo dentro do projeto de Ollanta Humala, de incorporar ao crescimento expressivo da economia peruana nos últimos anos uma perspectiva de distribuição de renda.

Em julho, na Áustria, a JPT participará de um encontro sobre Economia Verde, com organizações juvenis da América Latina e Alemanha, onde poderemos debater alternativas para um novo modelo de desenvolvimento global que não repita os erros do passado, onde prosperidade na economia, renda e direitos sociais foi sustentada por padrões de insustentabilidade ambiental e degradação do meio ambiente. Como a nação que tem em seu território a Amazônia, patrimônio brasileiro da biodiversidade mundial e matriz de maior potencial de recursos naturais e energia limpa e renovável, com certeza temos essa responsabilidade.
Logo em seguida, haverá o Festival Internacional da IUSY, articulação de juventudes partidárias da Internacional Socialista, que reúne os partidos socialistas, social-democratas e trabalhistas de todo o mundo, muito chefiando governos, especialmente na Europa, com quem é importante dialogar também para a troca de experiências em políticas públicas com grande capacidade de influenciar governos. Aqui nós do PT temos muito a dizer, pois enquanto democratizamos o acesso à educação superior, incluímos massivamente os jovens no mercado de trabalho e aperfeiçoamos uma rede de proteção social a eles, na Europa a condição juvenil vai de mal a pior em vias de se constituir numa “geração sem direitos”, ou pelo menos, garantias individuais, sociais e trabalhistas desfrutadas por seus pais e avôs.

Como juventude do partido governo há quase uma década no poder, a JPT não pode se ater somente às agendas de mobilização social e às disputas políticas, mas construir um arcabouço organizativo profissional para contribuir com as políticas públicas desenvolvidas no país e nos países com quem temos laços diplomáticos estratégicos . Uma juventude organizada, com forte pauta política, é o que queremos.


Valdemir Pascoal é secretário nacional de Juventude do PT.

Fonte: http://www.pt.org.br/

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